domingo, 25 de novembro de 2012

Dica Literária: Ler Devia Ser Proibido, de Guiomar de Grammont

     Olá! Estou dando uma passadinha aqui bem rápida, para deixar para vocês este texto simplesmente FANTÁSTICO que recentemente li, de Guiomar de Grammont. Achei muito interessante mesmo, com um sarcasmo brilhantemente empregado. Por favor, leiam isso. Realmente vale a pena. 


  Por Guiomar de Grammont

                                            LER DEVIA SER PROIBIDO (texto completo original) 

"A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary.

O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.

Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens.

Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlim-pim-pim, a máquina do tempo.

Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano."

Divulgada a capa de "As Esferas de Medeia", de Maickson Alves!


      Foi divulgada a capa de "As Esferas de Medeia", livro escrito pelo meu amigo, colega e parceiro Maickson Alves Dos Santos: (http://www.facebook.com/maicksonet)!
   
      A capa está muito bonita, muito bonita mesmo! A Editora Dracaena está de parabéns. Adorei o jogo de cores e elementos presentes na imagem, deu um toque especial, único, para a imagem. Realmente excelente.
 

   




















      Estou muito ansioso para lê-lo! Não se esqueçam de curtir a página do livro no facebook (http://www.facebook.com/maicksonet1) !

     
     Cuidado, as Esferas de Medeia estão chegando...




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Parceria: Maickson Alves dos Santos

          Olá!
          Hoje volto para trazer uma notícia muito boa. O blog Resescrevendo acaba de fazer sua primeira parceria com um autor!
          Aqui vai um pouco sobre ele:

O autor Maickson Alves dos Santos
   
Nome: Maickson Alves dos Santos                            

Idade: 21 anos
Local de Nascimento: Santo André, SP
E-mail: maicksonet@gmail.com


Biografia: Desde cedo pratico a leitura, mesmo sendo de família não muito abastada, ainda assim sempre tentei fugir aos estereótipos e marcar meu nome por onde passava. Dessa forma, já recebi um prêmio de âmbito nacional, no ano de 2005, por ter participado e ganho o 1° lugar no concurso de redações da Marinha do Brasil (Tema Central: Operação Cisne Branco); sem contar que já fui até um Poeta Inconsciente - pseudônimo utilizado quando enviava poemas a uma professora de literatura, as escondidas, e que ampliou a escala de meus poemas adolescentes por três escolas diferentes.

 

Objetivo ao Escrever: Meu principal objetivo foi o de inventar a história a qual sempre quis ler, com os personagens, paisagens, diálogos e ponderações que sempre quis propor aos personagens lidos nas obras de ficção, fantasia e que, frustrantemente, não os encontrava... Sempre lia os livros, não de uma forma voraz e singela de consumir a história, mas de uma forma analítica e consultiva de como escrever bem. Serviu-me de parâmetros todos os livros que passaram em minhas mãos; tentando imaginar o “Como o autor pensou nisso?”, tentando encontrar os pontos chave de prender o leitor, de cativá-lo, instruí-lo e principalmente – objetivo mor de qualquer escritor – tentando encontrar o ponto chave de surpreendê-lo. É por isso que lhes digo com total sinceridade e sem falsa modéstia: eu possuo uma obra, que aos meus olhos, cativará a todos que o lerem.
 “Pratico a escrita como pratico a respiração, pratico-a como se a vida fosse parte de um verso choroso ou uma relíquia pendurada na pena de um prosador.”

 

Público Alvo: Crianças e jovens.
 Título da Obra: As Esferas de Medeia – Série Freico Nordon
Gênero: Fantasia Fantástica

                                                                       

 


Clique em "Continuar lendo" para mais informações, sinopse do livro e algumas  belas palavras sobre a obra, cedidas por Nara Aragão.