sábado, 13 de outubro de 2012

Inutilmente Parecemos Grandes.


     Olá!
     Faz tempo que não psoto nada, eu sei, mas podem esperar que logo logo sai uma resenha de Orgulho e Preconceito e de O Retrato de Dorian Gray. Também temos que ter uma conversa bem séria a respeito do tão idolatrado Os Sertões, de Euclides da Cunha.
     Mas agora vamos ao que interessa. Hoje trago para vocês uma crônica feita por mim. Espero que realmente aproveitem. Me digam nos comentários se gostaram ou não, falem o que preciso melhorar nela, o que está bom e o que está ruim. Vocês não podem imaginar como isso é importante para mim.

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Inutilmente parecemos grandes



     “Nada no alheio mundo”. Essa é a frase que encabeça um grafite feito em uma caixa de energia na rua Santa Cruz, esquina General Neto, no Centro de Pelotas. Pergunto-me quem a fez, o estranho desenho de um macaco com uma blusa regata com as inscrições “Inutilmente parecemos grandes”, e, acima da cabeça do primata, letras garrafais compõe o estranho título. Provavelmente o grafiteiro estava querendo protestar, sendo que exibiu sua arte do lado de uma placa escrito “proibido colar anúncios e/ou pichar”, ou algo parecido. Digamos que o grafiteiro se chame Henrique, para não repetir “grafiteiro” várias vezes ao longo do texto.
     O que será que Henrique quis mostrar? Será uma crítica ao sentimento de superioridade que nós, os humanos, que tanto tentam parecer grandes, tem? Ou a vontade desesperada de provar ao mundo o seu valor?
     Talvez o nome do macaco deprimido seja Nunca, um alter-ego do grafiteiro, que, num momento de depressão, julgou que estava sozinho no mundo, pois talvez tenha perdido um familiar, ou rompido um namoro, ou sofria de depressão, ou era bipolar, ou qualquer outro motivo, sério ou banal. Existem milhares de “ou” que poderiam se aplicar a essa situação, mas citá-los só tornaria a crônica cansativa.
     Talvez Henrique tenha fracassado numa tentativa de parecer mais do que realmente é, e por isso se julga um Nada no alheio mundo, tentando, inutilmente, parecer grande.
     Será ele um desempregado? Um pedreiro? Um mendigo? Um estrangeiro que não conseguiu o emprego que queria na cidade que desejava, ou um ladrão, um marginal, que passa o dia roubando idosos na fila do banco, e, nas madrugadas, descarrega suas angústias nas paredes, com uma tinta “spray” e um boné para esconder seu rosto, enquanto pinta seus desapontamentos na parede? Nunca teremos resposta para essas perguntas, e o macaco Nada vai continuar lá, deprimido e mofando, no alheio mundo.

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